Que ninguém se iluda: não será apenas o futuro Hospital da
Mulher, cujo prédio está em construção, a ser administrado por uma OS –
Organização Social. As demais unidades, também em construção, deverão seguir o
mesmo caminho.
Os Sindicatos da Saúde de Alagoas há tempos vem exigindo a
realização de concurso público para a contratação dos profissionais para trabalhar na Saúde de Alagoas.
As chamadas OS têm sido uma boa fonte inesgotável de corrupção,
denunciada em várias unidades da Federação, notadamente o Rio de Janeiro.
Os serviços de Saúde, não só do setor público, mas também nos serviços de Saúde privada, estão longe, muito longe, de serem satisfatórios, principalmente pela
falta de compromisso com a população de muitos administradores públicos –
apesar do esforço e dedicação dos servidores públicos.
Fato concreto é que ao longo do tempo, pelas precárias condições
de trabalho ou pela remuneração cada vez mais baixa, o serviço público na área
de Saúde e Assistência Social vem ficando cada dia pior para os trabalhadores e
população. Os trabalhadores tem cada dias mais dificuldade de pagar suas contas
e viver dignamente e a população está cada dia mais abandonada por aqueles
administradores públicos que querem usar da miséria humana para conseguir seus
votos nas eleições.
O protesto dos sindicatos revela de fato a absurda realidade
atual e precisa provocar um debate entre os futuros usuários das novas unidades
de Saúde e a população.
Os servidores sofrem e adoecem com o desmantelamento do setor e
o governo se sente à vontade para abusar dos contratos com as Organizações
Sociais (OS) ou algo semelhante.
Seguramente com o que temo hoje, e a tendência é a piora dos serviços,
a população também precisa protestar em favor de
melhores serviços e do concurso público.
Esta é a consequência do silêncio que perdurou até agora de
grande parte da sociedade. O que os governantes demagogos desejam é a sociedade
que infantiliza pessoas e impõe o silêncio como forma de medo para os cidadãos.
O silêncio que infantiliza a sociedade não é o lugar onde
devemos morar. O infantil é o lugar de passagem, passagem para o crescimento e
desenvolvimento humano.
Devemos morar na capacidade de organização, luta e conquista com
unidade, projeto e ações para o governo do povo, pelo povo e para o povo, o
trabalhador precisa tomar consciência da tomada do poder através dos sindicatos e dos movimentos sociais, do poder popular por
uma sociedade mais justa e igualitária com política de emprego e renda para
todos.
Você tem fome de que? Você tem sede que? Qual nosso papel na transformação da sociedade em que vivemos? Que sociedade nós temos e que sociedade queremos? Do que precisamos e o que estamos fazendo para transformar esta realidade?